O Marketing de Conteúdo

Comunicação é, por excelência, conteúdo. Ou seja, quando eu digo, digo alguma coisa... Tá bom, tem gente que fala, fala e não diz nada, mas isto é outro papo. De qualquer modo, parece redundante falar em Marketing de Conteúdo. Mas é importante fazer esta separação, semântica que seja, para enquadrar um formato de comunicação que vem ganhando valor.

Li, um dia destes, uma frase divertida (não lembro o autor, desculpe) que dizia: "As guerras publicitárias do futuro não usarão a imagem de pagodeiros, usarão conteúdo."

Primeiro, porque há uma verdadeira overdose de informação que nos ataca todos os dias. E vamos criando defesas crescentes, filtros cada vez mais críticos, para descartar informações e mensagens. Cada vez mais olhamos para o entretenimento e a cultura e cada vez menos assistimos aos comerciais; esta é uma simplificação da tendência genérica de consumo de mídia que vai se instalando. Uma das possíveis formas que o anunciante terá de acessar o consumidor será obtendo licença para entregar a ele sua mensagem.

Segundo, porque a crescente posição crítica que os mercados vêm desenvolvendo vai exigindo mais qualidade de informação do que apenas frases como "o melhor", "o maior", "você vai gostar", e por aí afora...

E, principalmente, porque a forma como nossa civilização vai se desenvolvendo é cada vez mais baseada no conhecimento, na informação, no conteúdo.

O Marketing de Conteúdo envolve, de forma muito simplificada, qualquer ação de contato com o público-alvo da empresa que seja baseada em informação; pode ser um texto, um vídeo, uma curiosidade, um jogo...

Um exemplo: é muito mais eficiente falar para crianças sobre saúde oral com um game em que os "heróis do flúor" matam os "germes da placa" com poderosos raios brilhantes do que com um anúncio.

São muitos os fatores positivos de uma ação eficiente de Marketing de Conteúdo. O primeiro, e óbvio, é agregar valor à imagem da marca, pela valorização do potencial cliente. Depois, vem o fator de que as pessoas compram benefícios, não produtos; assim, se a mensagem oferece informação de qualidade que ajude as pessoas a resolverem determinado problema ou necessidade (que seu produto ou serviço possa contribuir para resolver), amplia-se a possiblidade de que a decisão de compra envolva sua marca.

Há, também, o fato de que quase três quartos dos problemas de assistência técnica (envolvendo produtos vendidos diretamente ao consumidor final) têm origem em mau uso por parte do cliente. As pessoas não lêem manuais; cerca de 90% dos clientes nem sequer abrem os manuais de produtos! E, obviamente, isto é um problema para a empresa. Cada vez que um cliente precisa usar um serviço de assistência técnica, além de gerar custos, há um impacto negativo na marca, não importa de quem tenha sido a culpa pelo problema. Aqui também a comunicação de conteúdo feita de forma inteligente, usando um canal mais interativo e mais "apetitoso" que um manual, poderia ter papel importante.

A isto ainda pode-se somar potencial de encantamento, construção de diferencial de imagem, força de fidelização de clientes, aumento do potencial de indicação de novos negócios, aumento do conhecimento sobre novos usos dos produtos ou serviços (e, assim, aumento do potencial de compras adicionais), multiplicação do esforço da mídia (um anúncio dura um impacto, ou no máximo poucos impactos; uma matéria que seja realmente interessante e pertinente pode ser recortada e guardada, multiplicando sua força).

O Marketing de Conteúdo é uma ferramenta indispensável para qualquer empresa, qualquer marca. Uma revista criativa, voltada para os reais interesses do público-alvo principal, é uma garantia de que o cliente abra-se para receber a mensagem. Um programa de TV que explique, ensine, a usar um produto, amplia enormemente o potencial de experimentação, principalmente de equipamentos e serviços mais complexos.

Para cada marca, para cada produto, para cada relação de consumo, há um tipo de mídia customizada que pode valorizar este vínculo.