segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sobre marcas e conteúdo

Esta é uma cena que você já deve ter visto (pelo menos bem parecida): numa estação de metrô (no nosso caso, em Nova Iorque), um sujeito de jeans, camiseta e boné tira um violino do estojo e começa a tocar, com entusiasmo e muito bem... Toca durante 45 minutos, durante o rush matinal, e é praticamente ignorado pela multidão que passa, apressada.

Apenas uma mulher reconhece o músico e pára, para ouvi-lo tocar. O violinista era Joshua Bell, um dos maiores virtuosos do instrumento no mundo, e estava tocando um Stradivarius de 1713, avaliado em cerca de 3 milhões de dólares. O mais engraçado é que, apenas poucos dias antes, ele tinha dado uma série de concertos, com ingressos a cerca de mil dólares!

A aparição de Bell na estação do metrô foi uma iniciativa do jornal The Washington Post, que queria lançar um debate sobre o valor, o contexto e a atitude na arte.

As pessoas que frequentam os concertos de 1.000 dólares o ingresso compram o conteúdo artístico ou o status, a ocasião de serem vistos em black-tie? O mesmo conteúdo dos concertos foi oferecido de graça no metrô e ninguém parou para assistir. As pessoas compram o valor estético ou a etiqueta, a griffe?

A reflexão que podemos fazer é a de que o luxo precisa de etiqueta. As pessoas compram produtos premium pela combinação da qualidade com a marca que a identifica. No caso do violinista, ele representava luxo sem griffe, uma combinação incomum e que as pessoas não reconhecem.

Veja a apresentação no YouTube, clicando aqui.

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