terça-feira, 1 de julho de 2008
Sua marca e a economia global
O Banco de Compensações Internacionais (uma espécie de banco central dos bancos centrais) emitiu recentemente um relatório considerado alarmante, em que afirma que o mundo vive atualmente a maior turbulência financeira desde a Segunda Guerra Mundial e que a combinação de inflação com desaceleração econômica está nos levando a um ponto crítico.
Os sinais já andam por aí há algum tempo. A bolha do financiamento habitacional americano foi o gatilho para uma série de atribulações planetárias; bolsas em sobe-e-desce, moedas instáveis, o dólar em desvalorização por todo lado, quedas na produção de alimentos, aumento brutal no preço do petróleo bruto e por aí afora.
O que parece certo é que o ano que vem será complicado. Em 2009 e 2010 a economia global vai enfrentar fortes tempestades. Intensidade e efeitos dependerão, em muito, de como os principais "novos ricos" (países como a China, a India e o Brasil, por exemplo) vão encarar estes ventos da economia.
Mas o que este assunto está fazendo aqui, neste blog tão bem comportado? Bem, o ponto importante de toda esta "ventania" global é justamente saber como a sua empresa, seu produto, vão passar por isto tudo. Não apenas pela ventania, mas também pelos efeitos dela, como o aumento da competitividade localizada, por exemplo, quando empresas que atuam em áreas mais afetadas tentarão conquistar mercados em outros lugares, e nada garante que um deles não será justamente o seu quintal...
Qual é a receita para melhorar suas condições de passar pela tormenta com chances não apenas de sobreviver, mas de crescer na adversidade? Mais que nunca, a resposta está no Marketing. Hoje, na era das marcas, vai sobreviver que tiver feito melhor suas lições de casa: Branding e Relacionamento.
Meu melhor conselho: aumente já sua verba de marketing e oriente seu esforço todo para o Branding. Construa uma parede sólida em torno de sua marca; comece a trabalhar um projeto de Brand Strategy bem construído, que seja capaz de iluminar cada ponto de contato entre sua marca e os seus diversos públicos-alvo.
Num mercado atribulado, as pessoas vão valorizar a confiança, o serviço, a imagem de qualidade, a capacidade de oferecer resposta positiva às experiências de consumo, as indicações de clientes satisfeitos... Num mercado competitivo - e marcado pela comoditização generalizada - as pessoas vão se voltar para as ilhas de conforto de marcas confiáveis. Com toda a certeza.
Além disto, invista em um projeto sólido de Marketing de Relacionamento. Aproxime-se de seus clientes, construa pontes concretas de contato, ouça seu mercado. Implante e gerencie um sistema inteligente de Fidelização (assim mesmo, com F maiúsculo, para diferenciar-se destes tolos cartões de descontos que andam por aí, dizendo-se "fidelização" sem qualquer esforço de contato a não ser um brindezinho aqui e ali...). Pense: num mercado complicado, atribulado, você vai querer manter todo cliente que tiver (e todo mundo vai querer "roubar" os seus clientes o tempo todo), e vai ser muito mais difícil trazer um cliente novo para dentro de seu negócio. Mas com a ventania, fica muito mais difícil começar um bom projeto de retenção. Ou seja: comece já, some imagem à sua marca e melhore suas condições competitivas quando o vento soprar.
Se você é um daqueles que não acredita que a economia vai ficar mais complicada, não tem nada a perder com um bom projeto de Branding (valorizando e solidificando a sua marca), nem com um bom programa de Relacionamento (criando laços mais sólidos com cada um de seus clientes e melhorando muito suas condições de fidelização).
O Branding - conjunto de ações, instrumentos e políticas de comunicação, valorização e consolidação da imagem da(s) marca(s) de uma empresa - e o Marketing de Relacionamento - planejamento estratégico de ações e instrumentos de conhecimento, valorização e comunicação que visam tratar cada cliente como se fosse único - são as melhores estratégias anti-furacão em que posso pensar.
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